uns cinco trompaços e levou outras tantas quedas. A ultima deixou-o esperneando na poeira. Emfim ergueu-se e sahiu de cabeça baixa, trocando os passos e limpando com a manga o nariz, que escorria sangue. Estive uns minutos soprando. Depois voltei-me para o Padilha:
— O culpado é você.
— Eu?
— Sim, você, que anda enchendo de folhas as ventas daquelle semvergonha.
Padilla defendeu-se, pallido:
— Não ando enchendo nada não, seu Paulo. É injustiça. Elle veio de enxerido, acredite. Não chamei, até disse: "Marciano, é melhor que você vá dar comida aos bichos". Não escutou e ficou ahi, lesando. Eu estava enjoado, por Deus do ceo, que não gosto da cara desse moleque.
Ia pregar-lhe uma descompostura, mas avistei Magdalena, que, no paredão do açude, se virava para as ruinas do Marciano. Fui ao encontro della, resmungando:
— Insolente! Dá-se o pé, e quer tomar a mão.
Mas a colera tinha desapparecido. O que agora me importunava eram as caixas com o material pedagogico inutil nestes cafundós. Para que aquillo? O governador se contentaria se a escola produzisse alguns individuos capazes de tirar o titulo de eleitor.
— Tomando fresca, hein? perguntei a Magdalena,