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Página:Graciliano Ramos - S. Bernardo (1934).pdf/195

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S. BERNARDO

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irreparável desastre! murmurou seu Ribeiro per­to de mim.
E Padilha, encolhido por detraz delle:
— Num momento como este a minha obriga­ção era vir.
— Agradecido, muito agradecido.
E encaminhei-me ao escriptorio, levado pelo habito, murmurando sempre:
— A Deus nada é impossível.
Sobre a banca de Magdalena estava o enveloppe de que ella me havia falado. Abri-o. Era uma carta extensa em que se despedia de mim.
Li-a, saltando pedaços e naturalmente comprehendendo pela metade, porque topava a cada passo aquelles palavrões que a minha ignorância evita. Faltava uma pagina: exactamente a que eu tra­zia na carteira, entre facturas de cimento e orações contra maleitas que a Rosa annos atraz me havia offerecido.