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Página:Graciliano Ramos - S. Bernardo (1934).pdf/83

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XIII


Tornei a encontrar a mocinha loura. Eu vol­tava da capital, aonde tinha ido por cansa do semvergonha do Brito.

A coisa se deu assim. Depois do meu telegramma (lembram-se: o telegramma em que re­cusei duzentos mil reis áquelle pirata), a Gazeta entrou a diffamar-me. A principio foram mofi­nas cheias de rodeios, com muito vinagre em se­guida o ataque tornou-se claro e sahiram dois ar­tigos furiosos em que o nome mais doce que o Brito me chamava era assassino. Quando li essa infamia, armei-me dum rebenque e desci á cidade.

— O que o senhor deve fazer é processal-o, aconselhou João Nogueira. É facil mettel-o na cadeia.

— E querendo defender-se, tem cá o Cruzei­ro, insinuou Azevedo Gondim. Pode escrever. Ou então escrevo eu, ou escreve o Nogueira. Infelizmente o Cruzeiro circula pouco. Mas é o que temos. Disponha.

— Obrigado, Gondim; obrigado, dr. Noguei-