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Página:Graciliano Ramos - S. Bernardo (1934).pdf/92

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XIV


Na estação d. Gloria apresentou-me a sobri­nha, que tinha ido recebel-a. Atrapalhei-me e, para desoccupar a mão, deixei cahir um dos pacotes que ia entregar ao ganhador.

— Muito prazer. Eu já conhecia a senhora de nome. E de vista. Mas não sabia que era uma pessoa só. Encontrámo-nos ha dias.

— Ha um mez.

— Perfeitamente. Estive conversando sobre isso com sua tia, optima companheira de viagem. Sim senhora, muito prazer.

Dirigi-me ao hotel. E como a casa dellas era no meu caminho, sahimos juntos.

— D. Marcella disse-me que o senhor tem uma propriedade bonita, começou Magdalena.

— Bonita? Ainda não reparei. Talvez seja bonita. O que sei é que é uma propriedade re­gular.

E embuchei, afobado. Até então os meus sentimentos tinham sido simples, rudimentares, não havia razão para occultal-os a criaturas como a