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Página:Graciliano Ramos - S. Bernardo (1934).pdf/94

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GRACILIANO RAMOS

de Pekin que são mesmo uma belleza. Já viu os marrecos de Pekin, d. Magdalena?

— Ainda não.

— Está ahi! resmunguei. Estudam a vida inteira nem sei para que.

— Descançar um pouco? disse d. Gloria.

Estavamos á porta da casa dellas, na Cannafistula.

— Obrigado. Vou chegando ao hotel.

Demorei-me ainda um minuto:

Estão as senhoras aqui pessimamente installadas. Adeus. E se resolverem ir a S. Bernardo, avisem, para mandar o automovel.

— Perfeitamente, disse d. Gloria. E muito agradecida pela companhia.

— Não tem de que.

No hotel marchei para o banheiro, fui tirar o carvão e o suor. E ia-me sentando á mesa quando chegaram João Nogueira, Azevedo Gondim e padre Silvestre.

— Então que desordem foi essa? perguntou Azevedo Gondim. Soubemos hontem á noite.

— Imagine como nos assustámos, accrescentou o vigario. Um escandalo! É verdade que o Brito andou mal.

— Andou. Necessidade. Elle não é ruim. Queria duzentos mil reis, coitado, e eu torci o corpo. Tolice: gastei bem seiscentos, sem contar a aporrinhação de dois dias. O diabo é que, se elle