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nunciamos x como ss, v. g. em syntaxe e outras palavras, em vez de cs.

O uso tem feito adoptar o g em lugar do j, antes de e e i, em palavras que os Romanos escrevião por j, v. g. magestade ; o que procede de as termos tirado do castelhano e outras linguas em que o j tem som guttural.

Antes de b, p, usamos, como os latinos, de m em vez de n, e d’este antes das mais consoantes ; v. g. ambos, amparar, embora, empar. Todavia eu escreveria circumdar, circumferencia, circumloquio, circumpolar, e outras vozes compostas de circum latino, circumstancia e derivados, e comtudo por m, visto serem palavras compostas, e ser esta orthographia conforme á latina e não contraria á pronunciação.

Em quanto ás vogaes, deve igualmente seguir-se a regra geral da derivação combinada com a analogia das inflexões, e com a pronuncia constante. He portanto licito, não só substituir huma vogal a outra, como e a i ou aos diphthongos æ, œ, o a u, i a e, mas supprir por vogal huma letra consoante que desappareceo nas vozes latinas aportuguezadas, e que entra na pronunciação dellas ; v. g. o i em feio, de fœdus ; em leio, de lego ; em veia, de vena ; meio, de medium ; o segundo e em vêem, riem, lêem, da vident, rident, legunt. Em ideia a addição do i ao e he conforme á pronuncia e ao radical grego εἴδω ver, posto que o i não soa em idear, ideologia, ideal. O diphthongo latino æ, mudado em i, v. g.