Página:Grammatica Analytica da Lingua Portugueza.pdf/298

Wikisource, a biblioteca livre

bo), cingir, solitario, saúde, seda, sem, etc.

No corpo das palavras o ç entre vogaes he quasi sempre usado em vez de s ou ss ; v. g. faça, ameaçar, ameaço, cortiça, corça, braço, pescoço ; e todas as vezes que substitue o ti latino, v. g. vicio, oração, prudencia.

Tratando do emprego do j e do g, torna a fallar de palavras puramente portuguesas, e cita como taes jeito, jerzelim, jeira, que diz deverem escrever-se por j, contra o uso constante antigo e moderno. Nenhuma d’ellas he primitiva da nossa lingua. Geito vem de gestus, de gero ; geira de jugerum, composto de gerere e de jugum ; gergelim he arabico, e todas requerem g.

Escreve casa por caça, caza por casa, brasa por braça, sem motivo algum nem de derivação, nem de pronuncia, visto que s entre vogaes soa z, excepto em algumas palavras compostas de voz que começa por s, v. g. presentir, proseguir. Braza, aza, louza, são conformes ao uso, á pronuncia, e não tem radical que faça preferir o s.

Reconhece que as letras dobradas existentes nos radicaes latinos, ou das quaes huma representa letra supprimida, se devem escrever em portuguez ; v. g. accusar, affecto, aggravo, allegar, applicar, commodo, immovel, opportuno, suppor, affligir, differir, offender, suffocar, difficil, effectuar, efficaz, officio, suffragio. Nisto convenho, mas he escusado escrever com cc acceitar, já tão mudado de acceptare, e todas as mais palavras em que os dois cc pronunciados desfigurão o som da palavra, como