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autores antigos encontrão-se os superlativos regulares portuguezes : nobrissimo, antiguissimo, humildissimo, miseravelissimo, terrivelissimo, etc.

Aspero faz asperrimo, do latim asperrimus ; mas os antigos dizião asperissimo.

Amigo faz amicissimo, de amicus.

Os superlativos seguintes são latinos e não tem radical positivo em portuguez : maximo, minimo, optimo, pessimo, summo, supremo, infimo. Os antigos usavão ás vezes dos adverbios mui ou muito e tão antes dos superlativos, erro que hoje ninguem commette.

Das terminações e inflexões que correspondem aos generos, nos adjectivos.

I. Não mudão no feminino os adjectivos terminados em e surdo, em al, el, il, ar, az, iz, oz. Ex. Breve, leve, final, amavel, subtil, facil, capaz, audaz, feliz, veloz. Affim, cortez, montez, ruim, seguem a mesma regra. Gran, que outros escrevem grão, contracção de grande, está no mesmo caso. Ex. O Grão Turco, a Gran Bretanha.

II. Mudão o o final em a os que no masculino terminão por aquella letra. Ex. : Justo, justa ; amado, amada ; feito, feita. Deve notar-se que os terminados en oso tem o ó aberto no feminino. Ex. : Gostoso, gostósa.

III. Tomão no feminino hum a os acabados em ez, ol, or, u, um. Ex. Portuguez, portugueza ;