Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/115

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Entretanto passava o Miguel Correia um momento bem atribulado. De todo aquele soberbo jacto da reverendíssima eloqüência, não tirara o seu bestunto senão uma cousa; mas essa de arrepiar.

Era o tópico de sangue derramado tão junto ao nome do Recife. Ora, havia no digno mascate invencível repulsão por tudo quanto atentava contra a integridade da pele humana, e sobretudo da que lhe forrava o indivíduo.

Não se conhecia ainda naquele tempo a causa de semelhante fenômeno. Medo; nem por sombras podemos conjeturar que o sentisse um homem da polpa do Sr. Miguel Correia Gomes, capitão no terço dos brancos, e escolhido pelos mascates como um de seus cabeças, para levar a cabo a grande empresa em que se haviam empenhado.

Atualmente, abençoado progresso, qualquer estudante de Medicina explicaria de uma maneira clara e decorosa aquela esquisitice, diagnosticando uma afecção nervosa. Fique pois assentado que o Sr. Correia, bem apessoado de corpo, era, não obstante a fartura de músculo e fêvera do seu todo, um organismo essencialmente nervoso.

Tal frouxidão produziram nele as palavras