Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/130

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Incendiada embora em 1630 pelos holandeses, renascera das cinzas e aumentara com o novo influxo que recebeu a capitania depois de restaurada. Quem, pela vez primeira, a avistava do mar, emergindo do seio das ondas, compreendia como a absurda tradição de seu nome tanto se vulgarizou. Realmente era para exclamar: - Oh!... linda, linda cidade!

O outeiro se elevava como um triclínio romano voltada a cabeceira para o sul, e os pés estendidos pela dilatada campina. Aí, nesse leito voluptuoso, se recostava a americana cidade. Suas ruas subiam as encostas e serpejavam pela esplanada, a cavaleiro do mar. Era este um dos encantos de Olinda, e que raras cidades possuem.

De ordinário o viajante que chega não vê logo senão o vulto indeciso das cidades; a sua feição está no interior das ruas e praças para conhece-la é preciso atravessar a orla de trapiches ou quintais que lhe formam a crosta. Com Olinda não era assim; a faceira, garbosa de sua formosura vinha ao encontro do viajante e abria o seio para recebe-lo. Quem se aproximava de suas ribas alcantiladas, logo via do primeiro lance o coração da cidade bem como o fluxo e refluxo da vida no centro da povoação.