Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/165

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— O que eu quero, bem o sabe o senhor tio, que é ver esta nossa terra livre da praga de aventureiros que a infestam, e restituída a seus legítimos senhores.

— Bem falado, D. Lourença! exclamou Leonardo Bezerra.

— Melhor seria para todos que isto se fizesse sem briga, nem contendas. Mas se não pode ser por outra forma, e força é defender e sustentar no campo nossos privilégios e forais, os nobres de Pernambuco devem lembrar-se que descendem dos que restauraram a pátria e à liberdade esta capitania, muitos dos quais ainda aí estão como o senhor tio, e Deus os conserve ao nosso amor por muitos e dilatados anos, para exemplo aos seus e estranhos.

— Lembrem-se também as damas pernambucanas do que devem à terra onde floresceram uma D. Clara Camarão, e uma D. Maria de Sousa, acudiu em tom espevitado D. Severa.

— Ai, que esta ainda é mais guerreira que a D. Lourença, pois não se contenta só com instigar, mas quer ela mesma sair a campo, e batalhar! Assim D. Severa! exclamou o velho capitão-mor galhofando.

— Por mim já teria lançado um cartel a D. Sebastião de Castro; e em vez de estar aqui todas as noites a levantar planos, que é um não