Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/168

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e inhames, as muquecas enfolhadas, os bolos de cará, acepipes ensinados pelos índios, sem falar das corbelhas de filigrana de prata cheias das mais saborosas frutas do país, ananases, pinhas, mangas e bananas.

Também a par dos bons vinhos das Canárias e do Reino, figurava o mosto do jenipapo e a garapa; assim como não se desmerecia entre os pães de várias formas e receitas quais o mimoso, o sovado e o comum, a nossa farinha d'água, e as alvas tapiocas, em lindas cestas de palha matizada, trabalho dos caboclos.

Acabavam os pajens de pôr a ceia e preparavam-se para servir aos convivas, quando notou-se do lado da entrada certo alvoroço, ainda que mui ligeiro, entre as pessoas ali agrupadas.

Dera causa a essa animação a chegada de um cavaleiro, que reproduzia-se em mesuras a um e outro lado, para logo após desfazer-se em mil abanicos e finezas acompanhadas de partes mágicas. A cada um saudou com apuros de cortesia e umas inflexões de talhe, por modo requebradas, que tinha jeito de se estar enroscando pela gente.

— Ai. chega o Filipe Uchoa! disse o capitão-mor que lobrigara o cavaleiro através de suas floretas. Ainda bem! Cuidei que o não teríamos hoje à ceia!