Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/194

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com a sonsa da senhora minha irmã, que aposto nos está escutando por detrás daquela rótula.

Ouviu-se um muxoxo entre as frestas.

— Pois engana-se, tornou o mascatinho entonando-se outra vez no seu recacho guerreiro. À espada ou lança, a pé ou encarapitado, lhe mostrarei que... que você é um poeta das dúzias.

— E você um espalha-brasas!... atalhou com impaciência uma voz maviosa que vinha da rótula.

Voltou-se o Nuno para dar-lhe o troco; mas em vez do rostinho de alfenim que ele esperava encontrar, lobrigou através da rótula entreaberta as marrafas de uma respeitável matrona, que se aproximava da janela com uma curiosidade suspeita.

Essa matrona era nada menos do que a Senhora Rosaura, mulher do mercador Miguel Viana e mãe do nosso Nuno.

Percebendo-lhe as pisadas, a menina dos olhos negros esgueirou-se da rótula o mais depressa que pôde. Vendo o que, o Lisardo teve o palpite de amolar as canelas, escamando-se a bom correr pelo campo fora.

Pensou o Nuno que era esse o mais prudente alvitre, e apesar da durindana que lhe embaraçava as pernas e da cervilheira a dançar-