Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/195

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lhe na cachola, lá disparou pelo mata-pasto no encalço do Lisardo, de quem não lhe fazia conta perder a pista.

Momentos depois caminhavam os dois amigos pelo istmo, na direção de Olinda.

Chegados ã altura do Brum, parou o Lisardo, pensando que o Nuno desejaria separar-se dele para tornar ao Recife. O mascatinho, porém, tinha lá sua traça, e foi despejando o caminho sem dar-se por entendido.

— Olhe, não fique tarde para você recolher-se, Nuno! disse-lhe o nosso trovista.

— Não lhe dê cuidado, sô mofino!

Assim chegaram às abas de Olinda, e o Lisardo ia despedir-se do companheiro. quando este perfilando-se disse-lhe com um tom que não admitia volta.

— Fique sabendo o Sr. Lisardo de Albertim que vai deste passo levar-me à casa do Capitão-Mor João Cavalcanti.

— Do... do capitão-mor?... murmurou o poeta gago de surpresa.

— De que se espanta você?

— Pois, Nuno, o filho de um mascate do Recife...

— Que tem isso?... D. Francisco de Sousa, que é nobre e dos mais nobres, não está com os mascates?