Embatucou o Lisardo com o exemplo, mas não se deu por vencido:
— E seu pai?
— Ele que se arranje! Não; que para Lisboa não me levam nem em postas.
— Que me diz você, Nuno?
— A tramóia foi armada pelo manhoso do governador e mais o paparrotão do ajudante que o leve o demo! Mas hei de pregar-lhes um mono, que não imaginam.
— Então é ponto decidido?
— Com a breca!... Eu cá não sou homem de voltar atrás! Dito e feito!... Desembainhando o chifarote com um arreganho de ferrabrás, o Nuno cresceu para o Lisardo gritando-lhe:
— Leve-me já à casa do capitão-mor se não quer que o leve eu espetado na ponta desta espada!
Já abalado pela noticia do desterro que ameaçava o amigo, o nosso poeta rendeu-se ante aquele argumento perfurante.
Eis porque momentos antes o Lisardo atravessava a casa do sofá de um modo tão original, e surdira na casa da ceia, no meio da surpresa geral dos convivas, que o viram entrar à guisa de boneco de engonço.
Passada a primeira surpresa. as vistas se