Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/198

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Foi o Nuno quem, revestindo-se de sua natural petulância, pôs termo ao suplício do amigo.

— Querem saber quem eu sou; pois já lhes digo. Sou o filho do mercador Miguel Viana!

— Do mascate!...

— O mais atrevido da súcia!

— Que veio cheirar aqui, sô mariola?

— Oral Anda bisbilhotando para ir meter no bico dos labregos!

— É espião, não tem que ver!

— Pois enganam-se, acudiu Nuno decidido. Deixei o Recife e o pai; porque sou por Olinda e quero combater com a nobreza, em pró de sua causa, que é a dos legítimos senhores de Pernambuco.

Acolheram os convivas estas palavras do Nuno com um, silêncio cheio de suspeitas, apesar de serem elas proferidas em tom firme e sincero.

Não assim D. Severa, que atravessando o aposento, veio ao encontro do mascatinho:

— Bravo, moço. Como se chama você?

— Nuno! respondeu o caixeiro.

— Nuno, doravante pertence à minha casa. Faça-o meu pajem de estrado para o serviço especial da minha pessoa.

Nessa ocasião entrava na casa de jantar o Filipe