Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/37

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Uma carriça, que tinha construído o ninho no vão de uma telha, desde instantes folgava defronte da janela, traçando no ar os adejos, como costuma, a voar e revoar no mesmo lugar.

Convidada pela frescura d'água, foi esconder-se entre as folhas rociadas do bogarim, e bebeu uma gota que tremulava dentro da nívea corola da flor. Invejou a menina dos papelotes aquela travessura, e sentiu não ser passarinho para fazê-la.

Que é isso? Temos novidade?

Ergueu-se rápida a cabeça dos papelotes; os olhos vivos lhe cintilaram de prazer, fitando um objeto, lá da outra banda.

Seria acaso um rapazola que desembocava apressado da Rua do Azeite na da Madre de Deus, e depois de quebrar a esquina, voltando a cabeça para assegurar-se que o não seguiam, deitara a correr na direção da ponte?

Bem pode ser, porque os olhos buliçosos, agora atados, vieram seguindo passo a passo pela praia o sujeitinho, até passar o arco e entrar na ponte onde o esconderam as casas. Todavia continuaram os olhinhos caminheiros a andarem pelo ar uma certa vereda que lá eles conheciam de a terem batido muita vez, e que, era eu capaz de apostar, vinha cair aí