Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/48

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Desconsolado metia Nuno o ninho no peito da véstia, e preparava-se para descer, enquanto de seu lado Marta arrufada consigo mesma, olhava à sorrelfa o camarada, com sorriso insosso. O rapaz cogitava um pretexto para ficar; a menina tinha medo que ele o achasse, mas sentia que se fosse tão depressa.

De repente uma voz de tom imperioso soou perto, que produziu nos dois o natural espanto e soçobro de se verem surpreendidos em flagrante delito de travessura:

— Que fazes tu aí, garoto?

Com estas palavras, ressoou também o estrépito de uma brilhante cavalgata, que se aproximara sem rumor por causa da areia, e estava agora parada na rua, aquém do canto da casa, onde passava a cena anterior.

A figura proeminente do troço era um cavaleiro de grande porte e alta estatura, que então ocupava o centro na testa do primeiro grupo. Orçaria pelos quarenta anos; tinha olhos pequenos e ornava-lhe o rosto alvo densa barba cinzenta, fina e macia, que disfarçando a aspereza das linhas inferiores, corrigia-lhe o oval do semblante.

De perfil, porém, acentuava-se a projeção do queixo, bem como a proeminência da fronte,