Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/70

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— Desta vez a cousa é séria, digo-lhe eu, Cosme; que também vou meter-me na dança. Oh! se vou; hei de ensinar a uns certos marrecos, inclusive um barbado cá do meu conhecimento! Tomara já ver tudo no sarilho.

— Não acredite nessas caraminholas, Nuno. Que lucrarão os de Olinda com o levante?

— Então você está muito atrasado. O plano é empolgar o marmanjão do Sebastião de Castro como se fez há tempos com o Xumbregas, e recambiá-lo para Lisboa com uma queixa a El-Rei.

— E conseguem lá isto? Não há de sair como pensam. Os do Recife são gente de peso, mercadores ricos, e têm por si o melhor povo da capitania.

— E os nobres então? Não foram eles que conquistaram ao flamengo esta terra'

— Assim apregoam; e contudo, pensando bem, Nuno, que valeria a terra, se não fossem os mercadores que a têm enriquecido? Mas nenhum como o Sr. Miguel Viana.

— O pai tem juntado boa chelpa, não há dúvida; mas tirante disso não serve para mais nada. Eu cá é que não estou pelo ajuste. Em começando a guerra, hão de ver para quanto presta este fedelho, como dizia o mono há pouco.

— Quem? perguntou curioso o fuinha.