— Mas...
— Olhe! Eu não sou versista como você... Não tenho veia para a cousa; mas cada um se arranja como pode. Já fiz um mote para mim; há de ser minha divisa nesta guerra! Vejam!...
Agarrando os dois cada um pelo braço, levou-os o caixeiro ao muro onde riscara o Lisardo suas rimas. Enchera as linhas o Nuno, tendo cuidado, para lhes dar igual comprimento, de graduar a letra. Saiu a seguinte composição, que se remete aos modernos fabricadores de poemas em todos os metros:
Para mascate não valia a pena nascer
Não suporto mais um instante!
Oh!... sorte inconstante!
Arre! que estou cansado de tanto sofrer.
— E mais é que tem seu jeito! exclamou o fuinha extático ante a obra. Você dá para poeta, Nuno!
— Então, que diz à quadra, Lisardo?
O poeta estava horrorizado:
— Quadra!... Quadrada seria a sandice se a escrevesse de outra forma!
— As que você tem mandado à mana Belinha, sô pateta, não são melhores!...
— Nuno!... modulou o Albertim em dois tons, sustenido