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– E rebrilhou a fé.

Crea-se o livro. Os homens pensam.
Pensam e agitam-se em tumulto.
Por sobre os seus trabalhos paira a bençam:
e todos os trabalhos tomam vulto;
O saber suspicaz penetra o alto segrêdo da
vida. É tudo um labutar de sciência.
O homem afoita-se, descobre, perde o medo...

– E brilha, altiva e forte, a inteligência.

E ele atinge afinal o cume do Jungfrau.
Olha em redor e vê, na campina tamanha,
uma herança que é sua e que se perde alem:
e tem um pensamento mau.
Êle atingiu o cume da montanha!
Só êle é grande, mais ninguem!
Cogita, e se entremeia em labirintos
de sofismas agudos; e, infeliz!
diz tudo o que não pensa ou que não sente,
mas o que sente ou pensa nunca diz.
Constrói teorias, alevanta em plintos
novo ideal, que lhe é Deus; e, indiferente
encara o mundo e nada o maravilha...

– E o orgulho máximo e insensato, brilha.

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