lhe se era verdade. Mendonça afirmou que sim. Ela contemplou-o longamente, sem dizer palavra; travou-lhe das mãos, apertou-as com efusão; ele persistiu.
No desinteresse de Mendonça havia porventura um pouco de faceirice. A moça o percebeu, nem por isso deixou de crer na sinceridade do rapaz. Tentou dissuadi-lo; e, posto nada alcançasse nos primeiros minutos, estava certa de que venceria o derradeiro obstáculo. Teria os olhos mais hábeis e felizes que os lábios do padre. Foi o que ela disse ao capelão.
— Tomo à minha conta efetuar este casamento, continuou Helena.
— Resolvida a tudo?
— A tudo.
— Mas, se ele insistir...
— Se ele insistir, vencê-lo-ei, ou por um modo ou por outro. Uma moça que quer ser noiva, vale por um exército; eu sou um exército.
— Muito bem! Contudo, sua dignidade...
— Oh! em último caso abro mão da herança.
— Era capaz disso? perguntou Melchior.
— Se era capaz? Desejo-o até, disse a moça com veemência.