Paz e o arcebispo do Funchal podiam actuar secretamente na decisão final do papa ; mas na commissão havia duas influencias igualmente fortes que se contrapunham. Santiquatro, que geralmente se dizia estar a soldo de D. João iii, e a quem muitos dos seus colegas no sacro collegio não duvidavam de lançar em rosto esta suspeita[1], fazia todos os esforços para que triumphassem os desejos do seu protegido, e a sua situação de cardeal e penitenciario-maior dava-lhe uma preponderancia tal, que era considerado na commissão mais como juiz do que como procurador[2]. Ghinucci, porém, patrocinava abertamente a causa dos christãos-novos. Tinha escripto um livro a favor delles e feito imprimir a sua obra[3]. Este favor não era
- ↑ «até lhe dizerem outros cardeaes que bem peitado devia de ostar de V. A.». C. de D. H. de Meneses de 17 de março de 1535, l. cit.
- ↑ «Papa Paolo... messe la finale deliberatione nelli duoi commissarii suoi... ed in me»: C. de Santiquatro de 14 de março de 1535, l. cit.
- ↑ «Auditor Cameræ est suspectissimus in ista causa; tum quia fuit advocatus prædictis conversis; tum quia scripsit pro eis et consilium fecit stampare»: Papel dado em Roma aos embaixadores, etc. em Sousa, Annaes de D. João iii, pag. 459 e seg.