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Página:Herculano, Alexandre, História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal, Tomo II.pdf/104

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suas allegações mandava a commissão dar sempre vista a D. Duarte da Paz, que continuava a sustentar com perfeição o seu papel. O conde de Cifuentes empregava toda a influencia, como enviado de Carlos v, a favor de D. João iii[1], e a preponderancia do ministro de Castella inquietava seriamente os agentes dos christãos-novos, a ponto que Duarte da Paz lhe dirigira uma exposição dos factos, e procurara movê-lo, senão a tomar o partido dos opprimidos, ao menos a mostrar-se-lhes menos adverso[2]. Além disso, no meio das vivas discussões, que não podia deixar de suscitar o complexo da negociação, o destro hebreu, em vez de allegar vagamente, como até ahi fizera, os privilegios dos conversos concedidos por D. Manuel e revalidados por seu filho, apresentou, emfim, aos commissarios apostolicos traslados authenticos dos respectivos diplomas e, além disso,[3]

  1. Carta de D. H. de Meneses de 5 de novembro de 34; Corpo Chronol., P. i, M. 54, N.° 5.
  2. Carta do dicto de 6 de março do mesmo mez: Ibid. N.° 8.
  3. neses na carta de 17 de março de 35, ha o vermos os elogios que se lhe fazem na correspondencia de um embaixador ainda mais hábil, D. Pedro Mascarenhas.