tor recorda-se por certo da historia deste homem, que, apenas chegado a Roma, se offerecia impudentemente a elrei para trahir os seus committentes, e de cujas vergonhosas relações com o arcebispo do Funchal restam tantos vestigios. Desauctorado por elrei, vendo-se depois a ponto de perecer debaixo do punhal de um assassino, aquella alma de lodo continuou a arrastar-se nos caminhos tenebrosos das deslealdades e vilanias. Para elle era tudo o ouro, e todo o ouro era pouco. O luxo e a cubiça afogavam-lhe os remorsos, e da correspondencia de Sinigaglia vemos que já em 1535 os christãos-novos estavam altamente irritados contra o abuso que fazia da commissão que acceitara. Se, antes de substituido, continuou sempre a desservir occultamente a causa de seus irmãos não é facil dizê-lo; mas sabemos que nos meiados de 1539 fazia denuncias secretas a D. João iii por intervenção de D. Pedro Mascarenhas[1].
- ↑ Na minuta dos apontamentos para se responder ás cartas de D. Pedro Mascarenhas e do cardeal Santiquatro, dos fins de setembro e principios de outubro (Corresp. Orig. de D. Pedro Mascarenhas, f. 160 e seg.) lê-se o seguinte: «Item, a D. Pedro que fale com Duarte da Paz e lhe escrevera se