tinha por fundamento as sollicitações feitas pela corte de Portugal, provava que as promessas, as concessões, a linguagem benevola desta não passavam de laços armados á sua credulidade. De accordo, provavelmente, com o papa, partiu então para Veneza, onde devia residir emquanto não chegava a conjunctura opportuna para ser publicamente proclamado cardeal[1].
Estas mutuas mensagens e respostas, e as intrigas subterraneas de que eram acompanhadas protrahiram-se durante os ultimos mezes de 1540 e por grande parte do anno seguinte. Com os avisos de Portugal, Santiquatro, o embaixador Christovam de Sousa e Jorge de Bairros haviam feito todas as demonstrações para obstar ao que, talvez, suppunham apenas uma pretensão de D. Miguel da Silva e que, na realidade, era um facto consumado, embora ainda não officialmente conhecido. As representações por parte de D. João iii, em que se lhe narrava a fuga do bispo e se lhe manifestavam as benevolas intenções do monarcha ácerca delle, o papa respondera acceitando também um papel na-
- ↑ Ibid. — Instrucç. sem data, l. cit.