Página:Historia e tradições da provincia de Minas-Geraes (1911).djvu/104

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– Qual para sempre! estás ainda muito tolo, meu filho. Não há mágoa, que o tempo não console. Tu és ainda muito criança. Não faltam por esse mundo moças mais bonitas que a Lucinda, e – aqui entre nós – mais bem-educadas, que te queiram. És um rapaz bem parecido e de muito boas maneiras; o ponto é que sejas comportado e saibas trabalhar, como até aqui tens feito, que noivas ricas e formosas te sai­rão aos centos.

– Nem falar nisso, minha mãe! eu acreditar mais em moças!?... não quero sujeitar-me a levar outra vez uma des­feita destas.

– Sossega, meu filho; há males que vêm para bem. Bem sabes, que nunca aprovei muito essa tua inclinação para se­melhante rapariga. Achava nela um não sei quê de leviana e de estouvada que nada me agradava, e nunca tive fé com esta gente de Ferreiras; são todos falsos, e sem palavra. As provas estás vendo. Queres que te diga uma coisa?... se não te visse tão agoniado, era este um dos dias mais felizes de toda a minha vida.

– Mas, minha mãe, ela mostrava querer-me tanto, e os pais pareciam fazer tanto gosto em nosso casamento. Quem sabe se não houve por aí algum embuste, alguma patranha... aquele Hipólito é um infame capaz de tudo.