conflito violento. Como Jerry Rubin, um dos líderes hippies, disse na época: “nossa busca por aventura e heroísmo nos leva para fora da América, para uma vida de auto-criação e rebelião. Em resposta, a América está pronta para nos destruir...”[1]
Durante os anos 60, radicais da Bay Area espalharam a aparência política e o estilo cultural dos movimentos da Nova Esquerda mundo afora. Rompendo com a política estreita do pós-guerra, lançaram campanhas contra o militarismo, o racismo, a discriminação sexual, a homofobia, o consumismo inconsciente e contra a poluição. Em lugar da tradicional hierarquia rígida da esquerda, criaram estruturas coletivas e democráticas que supostamente prefiguravam a sociedade libertária do futuro. Acima de tudo, a Nova Esquerda californiana combinou luta política com rebelião cultural. Diferentemente de seus pais, os hippies se recusavam a conformar-se às rígidas convenções sociais impostas ao “homem organização” pelos militares, universidades, corporações e mesmo partidos políticos de esquerda. Ao contrário, eles declaravam abertamente sua rejeição ao mundo careta pelas roupas casuais, promiscuidade sexual, música alta e drogas recreativas[2].
Os hippies radicais eram liberais no sentido social da palavra. Eles defendiam ideais progressistas, universais e racionais, como a democracia, tolerância, auto satisfação e justiça social. Encorajados por mais de vinte anos de crescimento econômico, eles acreditavam que a história estava a seu lado. Nos romances de ficção científica,
- ↑ RUBIN, Jerry. An Emergency Letter to my Brothers and Sisters in the Movement. In: STANSILL, Peter, MAIROWITZ, David Zane (org). BAMN: Outlaw Manifestos and Ephemera 1965-70. London: Penguin, p. 244, 1971.
- ↑ Sobre o papel chave desempenhado pela cultura popular na identidade da Nova Esquerda americana, ver KATSIAFICAS, George. The Imagination of the New Left: a global analysis of 1968. Boston: South End Press, 1987; e REICH, Charles. The Greening America. New York: Random House, 1970. Para uma descrição da vida dos trabalhadores de escritório nos anos 50 na América, ver WHYTE, William. The Organization Man. New York: Simon & Schuster, 1956