Página:Inspirações do Claustro.djvu/40

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III}}


Oh! morra o coração, — gérmen fecundo
           De mil tormentos.
Desfaleçam-lhe as fibras, — espedacem-se
           Os filamentos.
 
Isenta de paixões, — de amor, ou ódio,
           Surja a razão.
Não obedeça escrava aos sentimentos
           Do coração.
 
Torne-se o coração lâmpada extinta,
           Cinza no lar.
E deixe que a razão veleje livre
           Em largo mar.
 
Creia num Deus, — e dos dulçores goze
           De almo ascetismo.
Não mais lhe roa as vísceras o cancro
           Do cepticismo.
 
A dúvida infernal, batendo as azas,
           Perdendo as cores,
Precipite-se súbito nas chamas
           Exteriores.