Página:Inspirações do Claustro.djvu/54

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Que o viajor nos areais saciam,
E do azulado beija-flor das veigas
Que trebelha brincão entre os arbustos,
Como os desejos sôfregos do amante.
 
Que tinha? — Deus é Deus! — vozes não mudam
O ser do Eterno — idêntico, — imutável,
Nos planetas do céu — se mundos forem —
Ou só na terra, se ela é só no imenso.
Jeová, que expedia o arcanjo etéreo
Em vante dos exércitos hebraicos
Co'o facho aceso em fogo inextinguível:
Brahma, que transmitiu a luz celeste,
E o puro espírito e a energia e a forma,
De que é principio, — aos fabulosos índios:
Teos, que deu aos gregos mitológicos
Um vasto olimpo arcado de miríadas
De lindos deuses, — símbolos dos gostos:
Tupá, que engendra no infinito espaço
O trovão co'os bulcões vertiginosos
E os chuveiros de pedra e o raio e a morte:
— Tudo é Deus, tudo é Deus! — o mais sem nomes.
 
 

VIII


 
Nos áditos do místico pagode
O ministro de Brahma aspira incensos.
O áugure de Teos,