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desse informações inexactas, que fizessem logar ás asserções do sr. Ferdinand Denis. Sendo assim, a correspondencia, de que tanto se poderia esperar, não servirá, como já dissemos, senão de provar o interesse que á côrte de D. João V mereciam as tentativas de Bartholomeu Lourenço de. Gusmão.

E pouco anterior a seguinte carta:


Meu Senhor....A maior novidade que se offerece n'esta côrte, é a que lhe constará a V. S.a da petição inclusa (segue-se o requerimento do Padre Bartholomeu): está concedida a licença, pagos os direitos, passada a provisão pela Chancellaria, e se trabalha na machina. E V. S.a me terá sempre prompto....Deus Guarde a V. S.a muitos annos. Lisboa 22 de Abril de 1709.


Esta carta, sem nome da pessoa que a escreveu nem d'aquella a quem foi dirigida, encontrou-a Francisco Freire de Carvalho entre os documentos manuscriptos de uma collecção intitulada: Papeis originaes d'este tempo (primeiros annos do reinado de D. João V) que existem no cartorio do sr. Manuel Coelho de Lima, dignissimo official de secretaria[1].

D'aqui se deprehende e tambem da nota accrescentada á copia da petição que existe na Bibliotheca da Universidade de Coimbra [2] que Bartholomeu Lourenço irabalhava na machina no tempo em que requereu o privilegio.

  1. Memoria citada, pag. 139 e 140.
  2. Veja-se esta nota a pag. 20