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Quero deixar este pinto,
A quem Frei Simão faz gallo
E digo sem intervallo
Que até o Santo offendeu,
De quem nome recebeu
Este voador nocivo,
Pois fugiu como captivo
Do Santo Bartholomeu,
Foi-se embora e tomou vento,
Fugiu para o mar voando,
E, póde ser, receiando
Que cá lhe dessem tormento.
Destro andou no seu intento,
Porque, se se der assenso
Dos seus erros ao immenso,
Dirão todos e mais eu
Que se foi, porque temeu
O ser como S. Lourenço.[1]
12.a
Fragmentos do «Foguetario»
Cesse o que do Voador celebra e canta,
Que outro engenho mais alto se levanta.
Quando em sonhos um vulto lhe apparece
Que na indistincta, insolita figura,
Bem que na fórma humana homem parece,
Indicava de mono ter mistura ;
- ↑ Ibidem.