Página:Iracema - lenda do Ceará.djvu/111

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quando teus olhos a deixão, as lagrimas enchem os seus.

— Por que chora a filha dos Tabajaras?

— Esta é a taba dos Pytiguaras, ennemigos de meu povo. A vista de Iracema já conheceu o craneo de seus irmãos espetado na caiçara; o ouvido já escutou o canto de morte dos captivos tabajaras; a mão já tocou as armas tintas do sangue de seus paes.

A esposa pousou as duas mãos nos hombros do guerreiro, e reclinou ao peito delle:

— Iracema tudo soffre por seu guerreiro e senhor. A ata é doce e saborosa; quando a machucão, azeda. Tua esposa não quer que seu amor azede teu coração; mas que te encha das doçuras do mel.

— Volte o socego ao seio da filha dos Tabajaras; ella vae deixar a taba dos ennemigos de seu povo.

O christão caminhou para a cabana de Jacaúna. O grande chefe alegrou-se vendo chegar seu hospede; mas a alegria fugio logo de sua fronte guerreira. Martim dissera:

— O guerreiro branco parte de tua cabana, grande chefe.