Desde então á hora do banho, em vez de buscar a lagoa da belleza, onde outrora tanto gostara de nadar, caminhava para aquella, que vira seu esposo abandona-la. Sentava-se junto a flexa, até que descia a noite; então recolhia a cabana.
Tão rapida partia de manhã, como lenta voltava á tarde. Os mesmos guerreiros que a tinhão visto alegre nas aguas da Porangaba, agora encontrando-a triste e só, como a garça viuva, na margem do rio, chamavão aquelle sitio da Mocejana, a abandonada.
Uma vez que a formosa filha de Araken, se lamentava á beira da lagoa da Mocejana, uma voz estridente gritou seu nome do alto da carnauba:
— Iracema!. Iracema!...
Ergueu ella os olhos e viu entre as folhas da palmeira sua linda jandaia, que batia as azas, e arrufava as pennas com o prazer de vê-la.
A lembrança da patria, apagada pelo amor, resurgiu em seu pensamento. Viu os formosos campos do Ipú, as encostas da serra onde nascera, a cabana de Araken; e teve saudades; mas ainda naquelle instante, não se arrependeu de os ter abandonado.