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Página:Iracema - lenda do Ceará.djvu/33

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serva. E' ela que guarda o segredo da jurema e o misterio do sonho. Sua mão fabrica para o Pagé a bebida de Tupan.

O guerreiro christão atravessou a cabana e sumiu-se na treva.

A grande taba erguia-se no fundo do valle, illuminada pelos faxos da alegria. Rugia o maracá; ao quebro lento do canto selvagem, batia a dansa em trono a rude cadencia. O Pagé inspirado condusia o sagrado tripudio e disia ao povo crente os segredos de Tupan.

O maior chefe da nação Tabajara, Irapuam, descera do alto da serra Ibyapaba, para levar as tribus do sertão contra o ennemigo Pytiguara. Os guerreiros do vale festejão a vinda do chefe, e o próximo combate.

O mancebo christão vio longe o clarão da festa; passou alem, e olhou o ceo azul sem nuvens. A estrella morta que então brilhava sobre a cupula da floresta, guiou seo passo firme para as frescas margens do Acaraú.

Quando ele transmontou o valle e ia penetrar na matta, o vulto de Iracema surgio. A virgem seguira o estrangeiro como a brisa subtil que resvalla sem murmurejar por entre a ramagem.