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Página:Iracema - lenda do Ceará.djvu/98

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XVII

Iracema pousou a mão no peito do guerreiro branco:

— A filha dos tabajaras já deixou os campos de seus paes; agora póde fallar.

— Que guardas tu em teu seio, virgem formosa do sertão?

Ella pôz os olhos cheios no christão:

— Iracema não póde mais separar-se do estrangeiro.

— Assim é preciso, filha de Araken. Torna á cabana de teu velho pae, que te espera.

— Araken já não tem filha.

Martim tornou com gesto rude e severo:

— Um guerreiro de minha raça jámais deixou a cabana do hospede, viuva de sua alegria. Araken abraçará sua filha, para não amaldiçoar o estrangeiro ingrato.