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de tucano, com dramas íntimos e flechaços de curare. Dia virá em que os veremos, murchos d'orgulho, confessar o verdadeiro avo, um dos quatrocentos de Gedeão trazidos por Thome de Souza um "Satellite" daquelles tempos, nosso mui nobre e fecundo Mayflower.

Porque a verdade nua manda dizer que entre as raças de variado matiz, formadoras da nacionalidade e metidas entre o estrangeiro recente e o aborígene de tabuinha no beiço, uma existe a vegetar de cócoras, incapaz de evolução, impenetrável ao progresso.

Feia e sorna, nada a põe de pé.

Quando Pedro I lança aos ecos o seu grito historico e o país desperta estrovinhado à crise duma mudança de dono, o caboclo ergue-se, espia e acocora-se de novo.

Pelo 13 de Maio, mal esvoaça o florido decreto da Princesa e o negro exausto larga num uff! o cabo da enxada, o caboclo olha, coça a cabeça, magina e deixa que do velho mundo venha quem nele pegue de novo.

A 15 de Novembro troca-se um trono vitalício pela cadeira quadrienal. O país bestifica-se ante o inopinado da mudança. Mas o caboclo não dá pela coisa.