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vara os arroios, sobe as coxilhas e desce às canhadas.

O Negrinho anda sempre à procura dos objetos perdidos, pondo-os de jeito a serem achados pelos seus donos, quando estes acendem um coto de vela, cuja luz ele leva para o altar da Virgem Senhora, madrinha dos que não a têm.

Quem perder suas prendas nos campos, guarde a esperança: junto de algum moirão ou sob os ramos das árvores, acenda uma vela para o Negrinho do pastoreio e vá lhe dizendo — Foi por aí que eu perdi… Foi por aí que eu perdi… Foi por aí que eu perdi!… Se ele não achar… ninguém mais.