Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/104

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Tunda-Cumbe caiu sem piedade com os seus sobre os assaltantes, e não obstante terem estes já do seu lado a vitória, pode, a golpes e a tiros, dispersar os que não morreram no meio da luta.

Os assaltantes não eram outros senão os matutos a quem Lourenço dera pousada em casa à noite anterior.

Eis o que tinha havido:

Voltando à palhoça, com grande mágoa, pelo que vira e ouvira nas ruas e tabernas onde se tratava da recepção hostil a Cosme e aos irmãos.

— Trago o coração negro, como tinta de escrever - dissera. Meu desgosto é tão grande que, se não tivesse pai e mãe ainda vivos, eu me atiraria por aí além, em busca da morte.

— Ora, deixe-se disso, Lourenço. Não vejo razão para essa zanga.

— Olhem vocês. Enquanto eu não tomar uma desforra desses mascates, e dos ladrões que andam aí prendendo a gente limpa da terra, eu não fico bom nem tenho sossego. Estou em termos de arrebentar.

Então lhes referiu o que ouvira e presenciara na vila.

— Mas, por que não tiras a desforra? Que te falta? A ocasião não podia ser melhor. Vamos tomar os nobres pelo poder da força.

— Este é o meu intento, e se vocês me ajudam...