Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/107

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outros, penetrou na sala onde somente se achavam as mulheres - D. Damiana, Marcelina, Joaquina e Mariana - algumas delas amedrontadas da inesperada visão, chegaram a procurar os quartos para se trancarem, supondo que estavam com um malfeitor em casa. Marcelina, porém, reconhecendo logo com mágoa o filho, correu ao seu encontro, e tomou-o nos braços.

— Minha Nossa Senhora do Rosário, Virgem Santíssima! Que te fizeram, Lourenço?

Este respondeu por interrogação:

— Não passou por aqui seu Cosme com os irmãos?

— Não fales nisso Lourenço - observou Marcelina. Tem piedade daquela senhora que mal pode enxugar as lágrimas de tantas que são. Nem tu sabes o que disseram, o que praticaram os malvados. Eles aí vão ainda. Quase nos matam. Olha para aquelas urupemas. Não vês como estão quebradas e esburacadas? Não vês as paredes como estão? As balas e as pedras dos endemoninhados choveram aqui dentro. Parecia que o mundo ia se acabar, tamanho foi o estrondo, o estrago, o desatino. Com as balas e as pedras, chegavam aqui também os desaforos e as poucas vergonhas que eles diziam. A canalha do Tunda-Cumbe foi quem teve a maior parte nisso. A outra gente ia ocupada com o seu Cosme, seu André e seu Luís, e pouco se demorou à porta da casa. Sinhá D. Damiana ainda quis abrir a urupema para falar a seu Cosme. Se