Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/191

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A chegada de Lourenço foi uma festa, uma primavera para todos no Cajueiro; não foi somente uma festa, foi principalmente uma ressurreição, uma evocação que reviveu ilusões e esperanças mortas, porque ele já tido ali por perdido para sempre à vista da sua longa ausência e do silêncio tumular que havia crescido em torno do seu nome.

Passados alguns dias depois da abortada tentativa de tomada de presos, começaram a mostrar-se no Cajueiro, umas vezes à boca da noite, outras ao raiar do dia, nunca em hora certa, sujeitos estranhos, de suspeitas cataduras, que alguns vizinhos diziam ser do rancho do Cipó. Mais de uma vez Marcelina havia surpreendido um ou outro rondando-lhe a casa, como quem espiava a vida dos moradores. De uma feita, um deles, com todo o desplante, encarando a matuta, perguntou-lhe: