Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/192

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— Que novas me dá de seu filho, que há muito ninguém lhe põe os olhos em cima? Pois era agora ocasião de aparecer quem andava por estas beiradas arrotando tanta valentia.

— Eu ia perguntar mesmo a vosmecê - tornou a cabocla - o fim que lhe haviam dado; porque não sei onde ele para. De todo o mal que aconteça ao rapaz, eu só tenho que me queixar de vosmecês, porque sem razão juraram de dar-lhe fim, desde aquela matinada que os homens fizeram para soltar "seu" Cosme Cavalcanti. Começaram a espalhar que Lourenço tinha sido o autor da tragédia, e quase que o matam.

— E quem foi senão ele, que meteu os outros na dança? Não foi outro. Você deve saber de tudo, agora põe-se de fora como quem não sabe como se arranjou a história. Eu só queria ainda encontrá-lo com vida. E se fosse hoje, que estou com os meus calundus, você e ele haviam de ver o bonito.

— Vosmecê não tem razão; o rapaz não é mau.

— Ele sempre foi muito mauzinho, não por você, mas pelos bofes que trouxe do Pasmado. Pelo gosto de você, ele não fazia muita coisa que não era para ele fazer, porque ele não é nada; mas é que ele lhe tomou fôlego,e não leva mais você em conta.

— O que eu sei é que vosmecês deram fim aqui ao meu filho; só me parece que nunca mais o tornarei a ver.

Ditas estas palavras, Marcelina pôs-se a chorar, enquanto