Este ato foi origem de novas alterações no Cajueiro. Marianinha que notara grande frieza no rapaz, sentiu aumentarem-se as suas suspeitas e ciúmes.
Uma manhã, voltando Lourenço da casa de engenho, onde continuava a pernoitar, porque mais do que nunca se receava de ciladas, viu na beira da estrada, no ponto que ficava justamente fronteiro à casa de D. Damiana, uma mulher sentada. Era a filha de Joaquina.
— Que está fazendo aqui, Marianinha?
Por única resposta, disse-lhe a rapariga:
— Olhe, Lourenço: há muito que tenho tenção de lhe dizer os meus sentimentos. Você é muito ingrato para mim.
— Marianinha, você parece que não está em seu juízo desde que cheguei.
— É verdade que não estou. Vivo triste sem gosto de nada. Desde que essa mulher veio morar aqui, foi-se embora a minha esperança. Vejo tudo cor de carvão.
— Que mulher?
— Que mulher! Faça-se desentendido. Você bem sabe a quem é que me quero referir.
— Tenha juízo, Marianinha. Você está ofendendo com suas palavras uma dona que não é qualquer. Você está dizendo coisas à toa.
— Estou dizendo o que o meu peito sente.
— Mas eu é que não estou para ouvir coisas que não devo. Que tenho eu com o que seu peito sente?