Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/217

Wikisource, a biblioteca livre

Visivelmente contrariado, tornou-lhe Lourenço:

— Não estou para semelhantes impertinências. Não quero que me espiem, nem é bonito você ficar aqui à beira da estrada, onde passa tanta gente.

Mas, ela respondeu-lhe com brandura que quase o enterneceu:

— Não se zangue, Lourenço. Eu não lhe mereço ingratidões, o que eu lhe mereço são outros sentimentos. Nós podíamos ser tão felizes...

— Felizes? Você é que está na obrigação de buscar a felicidade para mim, ou sou eu mesmo que a devo buscar?

— Não se zangue, Lourenço - repetiu ela. O que eu defendo não é a sua, é a minha felicidade, que me querem tirar. Eu a tinha no coração; mas isto não valeu nada. Daí mesmo a estão arrancando.

Passando adiante, Lourenço deixou-a ainda mais chorosa que no outro dia.

No momento em que a rapariga voltava à sua palhoça, Joaquina procurava-a na de Marcelina.

— Já não é esta a primeira vez que Marianinha me deixa só, e vai meter-se não sei onde. A rapariga anda tão triste que tenho medo de alguma coisa.

— Não adivinha você o que é isto? inquiriu Marcelina.