— Que será?
— Vontade de casar-se.
— Não duvido.
— Marianinha não se esquece de Lourenço.
— Lourenço é uma grande pessoa. Se eu visse minha filha casada com ele, considerava todos os meus gostos satisfeitos.
— Eu tenho muito desejo de vê-lo casado. Na idade dele o homem perde-se depressa, se não se casa logo. Ora deixe estar que eu hei de falar a Lourenço, sobre este negócio. Mas não vá dizer nada à menina. Nestes dois dias direi o que se passar.
Marianinha, ao princípio, quase inteiramente desorientada com o que acontecera, tomou, por fim, uma dessas resoluções heróicas que somente o amor sugere, estimulado pelo ciúme.
— Hei de vencer Lourenço pela minha constância.
Firme nesta resolução, foi esperá-lo no ponto onde costumava.
Lourenço tinha passado a manhã mais feliz da sua vida. Os seus colóquios com a senhora de engenho nada ofereciam digno de reparo; eram sempre sustentados em termos respeitosos e discretos; a coragem de Lourenço enfraquecia perante a idéia de revelar a sua mais preciosa eleição. Ele e D. Damiana conversavam sobre a guerra, as perseguições, as ocorrências do tempo. O prazer de Lourenço resumia-se em ver a viúva tão graciosa, em ouvir-lhe as palavras