Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/240

Wikisource, a biblioteca livre

Todas estas diligências porém realizavam-se com grandes cautelas por evitar os grandes perigos a que se expunham os que nela se metiam.

Como era este o único ponto que o açoite do governo ainda não lograra reduzir à ultima expressão, o governador tinha nele concentradas as vistas. Muitos piquetes varriam quase constantemente as estradas que iam ter a Tracunhaém; muitos percorriam as proximidades do refúgio. A cada momento, para assim dizermos, estavam sendo espiados os menores passos dos refugiados, e somente à conhecida valentia do chefe da liga se devia não se animarem os troços ambulantes a penetrar no esconderijo onde aquele chefe devia ter o centro das suas operações, e que eles por maiores esforços empregados não haviam logrado devassar.

Coisas maravilhosas diziam-se sobre o ponto. Exagerando as forças e recursos dos asilados, o povo propalava e acreditava que o inimigo, por mais poderoso, que penetrasse ali, estaria irremissivelmente perdido. No dizer popular, as matas estavam cortadas de minas. Inexpugnáveis fortificações haviam sido construídas para defendê-la de assaltos. Existia dentro verdadeiro arraial de guerra, onde nada faltava.

Havia exagerações nesses boatos, que explicam a reputação quase lendária, que cercava o nome do chefe da liga e a própria liga.

Ao contrário disso, Falcão d'Eça assentara por