Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/249

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de alguns, encarando o lado cômico.

— Senhores, tenho um presente que lhes dar, mas antes de tudo, quero cachaça para tomar uns goles, porque estou resfriado; e depois dos goles, alguma coisa que comer, ainda que sejam pastéis fresquinhos, ou queijadas doces, como as que aparecem nos presepes de D. Úrsula.

— Pastéis frescos e queijadas doces nestas alturas! Sempre te conheci chalaceiro, Domingos, disse Manoel Bezerra.

— Não desconversem. Vocês, que são os donos do rancho, estão na obrigação de dar boa ceia a hóspedes da minha prosápia. Se, por gulosos, comeram na janta o peru e toda a eletria, contento-me com um pouco de carne de sol assada ali na fogueira. Quem é o despenseiro?

— A despensa é franca. Do jantar nos ficou ali um quarto de carneiro. Tira um pedaço, mete-o no espeto, assa-o tu mesmo.

— Asso eu, asso eu - gritou Francisco.

— Então faze logo esta obra de caridade às nossas barrigas famintas. Molharemos depois a goela com bom vinho de Lisboa, que deve haver na adega de Falcão.

— Aqui não entra nada de Lisboa, nada da santa terrinha.

— Perdão, perdão, não adverti que estava num