Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/273

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os adversários e comunicam aos amigos grande e heróica firmeza - um desses homens em quem se encontram qualidades de dois mais admiráveis representantes do espírito revolucionário - Cromwell e Mirabeau.

— Darei a minha resposta em poucas palavras: somos quinhentos nobres, temos quatrocentos escravos e duzentos camaradas; mil e cem homens bem armados e municiados para tomar a vila de surpresa, pôr abaixo o governador e os ministros e expulsar os mascates que não quiserem submeter-se, proclamar a independência de Pernambuco. O meu intento não é outro, senhores! O meu intento é libertar a terra que nos viu nascer. Eu quero a liberdade de Pernambuco, ou do Brasil, eu quero acabar, de uma vez por todas, com o jugo dessa metrópole ingrata que nos traz em baixa vassalagem.

Apenas tinha acabado de proferir estas palavras, quando se ouviu ruídos de passos de cavalo em uma das veredas que vinham dar no pouso.

— Quem será? disse um dos nobres em tom de quem se assustava.

E a esta voz, todos os outros presentes, levantando-se com um só homem, lançaram mão das armas.

Falcão, empalidecendo levemente, fez-lhes sinal que ficassem silenciosos e quedos.

O papel arriscado de ir ao encontro de quem quer