que fosse, ele o não quis passar a ninguém. Rompendo por entre troncos seculares, desapareceu das vistas dos outros, num abris e fechar d'olhos.
Mas logo retornou ao recinto, possuído de diferentes impressões, ouvindo uma voz conhecida - a de Lourenço. O semblante do rapaz indicava uma extraordinária satisfação.
— Alvíssaras, seu Falcão, alvíssaras!
— Que notícias trazes? perguntou o capitão espantado.
— O perdão.
— O perdão? inquiriram dez, vinte, cem bocas ao mesmo tempo.
— Sim, o perdão que o rei mandou para a nobreza; chegou ontem. Andei toda a noite, debaixo de chuva que Deus dava, para ser o primeiro que trouxesse a vosmecês este alegre presente.
Por entre a multidão, que ocorrera ao ponto, a fim de ouvir de perto a grande nova, Lourenço enxergou Francisco e Saturnino, que se adiantavam para ele. Atirou-se ao encontro, tendo antes entregue a Falcão uma carta, que este leu em voz alta, depois de a haver lido para si:
"Amigo e senhor,
Não tenho tempo senão para lhe participar, sumamente regozijado, que chegou esta manhã de Lisboa um navio com a notícia de estarem perdoados os nobres.