Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/290

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a esperança de tirarem os portugueses a sua desforra dos nobres? Não se praticou tudo isto, sr. governador? E o que se previu não veio a acontecer? Se v. exa, não publicar o perdão, quem mais haverá competente para o fazer, ainda que de Lisboa o tenha recebido? Se v. exa. declarar que o não recebeu, quem poderá asseverar o contrário?

O governador levantou-se novamente, e dirigiu-se à varanda do palácio.

Neste momento uma como constelação luzia ao longe, e, aos seus reflexos, apareceu no horizonte longínquo o vulto de Olinda.

Não se meteu muito tempo que de diferentes pontos da orgulhosa cidade começaram a levantar-se aos ares girândolas de variados fogos, que por todos os que se achavam com o governador, chamados por este à varanda, foram logo vistos.

— Eis ali a resposta que tenho para dar à vossa última interrogação, sr. desembargador sindicante. A notícia do perdão é motivo de festas gerais na soberba cidade. Não vedes como ela está iluminada de uma extremidade à outra? A esta hora os restantes da empavesada nobreza que ficaram fora da devassa cavalcantina, se banqueteiam não só com os das linhas que a cruzam, mas também com os aduladores e agregados de uma e de outras, Naturalmente da própria secretaria do ultramarino enviaram cópia da